A crise e a profusão de centros comerciais na região de Lisboa não assustou a Chamartín que manteve a data de abertura do Dolce Vita Tejo a 07 de Maio, e, com 300 lojas, espera facturar 280 milhões de euros por ano.
Em vez de adiar ou alterar o projecto de instalar um dos maiores espaços comerciais de Portugal, quando surgiu a crise económica e se previa a contração do consumo, a Chamartín Imobiliária preferiu prosseguir e tentar transformar esta opção numa oportunidade.
A localização do novo Dolce Vita também coloca algumas dúvidas pois está a pouca distância do concorrente Colombo, do grupo Sonae, já «instalado» no mercado, não é ainda servido de transportes públicos e aparece perto de um bairro social, no concelho da Amadora.
A todas estas possíveis desvantagens, o administrador da Chamartín Artur Soutinho responde com optimismo, dizendo que praticamente toda a área disponível está já comercializada, o que excedeu mesmo as expectativas dos responsáveis, e reflecte a confiança das marcas.
«Temos 99 por cento da área comercializada o que prova o sucesso do projecto. Este centro é diferente do que é habitual, pela dimensão, mas também pela quantidade e qualidade da área comercial» e pela conjugação de lojas com lazer e ócio, salientou Artur Soutinho em entrevista à agência Lusa.
«Os outros centros comerciais instalados na zona não nos preocupam» e quanto à localização, a perspectiva é que o Dolce Vita Tejo «está numa zona de grande centricidade, servido de excelentes rodovias, a norte pela CREL e a sul pela IC17», defendeu o responsável.
Questionado acerca da dimensão do centro comercial, Artur Soutinho referiu que «ser o maior em Portugal é pouco importante [para a empresa]: o objectivo não é ser o maior, é ser o melhor centro comercial, rentável, interessante para os visitantes e marcante para a Grande Lisboa».
O administrador da Chamartín salientou ainda que «dada a sua dimensão e o mix de oferta diferenciado, um centro deste tipo é supra-regional» e o seu mercado mais directo é toda a área da Grande Lisboa, apontando para dois milhões a 2,3 milhões de potenciais clientes.
O número de referência de visitantes previsto pela Chamartín situa-se entre 17 milhões a 18 milhões, por ano, e para dar a conhecer a existência de mais este espaço comercial e de lazer, a empresa destinou cerca de um milhão de euros para anunciar a abertura.
Tal como a data de abertura, factores como a área de 122 mil metros quadrados, o investimento total de 300 milhões de euros, o número de lojas, a organização do espaço ou o retorno do investimento entre 12 e 15 anos foram mantidos pelo promotor do projecto.
O objectivo é que este centro comercial se diferencie dos outros com a aposta num projecto para crianças que vai entrar na Europa através de Portugal. É a Kidzania, um parque temático que alberga em seis mil metros quadrados uma réplica de uma cidade de adultos.
Além desta âncora, o centro comercial conta com um hipermercado Jumbo, do grupo Auchan, e algumas marcas novas no país, como a Primark, de origem irlandesa, especializada em vestuário de preços baixos instalada em cinco mil metros quadrados, ou a primeira loja Staples instalada em centro comercial.
A juntar-se àqueles espaços, onde se incluem 30 estabelecimentos de restauração, o novo centro comercial tem 11 salas de cinema, estacionamento grátis com nove mil lugares, e uma praça coberta com a dimensão dos Restauradores (em Lisboa) e um jardim vertical, «uma oferta única em Portugal e na Europa».
A Chamartín Imobiliária, com 60 por cento, e a ING, com 40 por cento, são os dois sócios do centro comercial Dolce Vita Tejo que vai criar cinco mil empregos directos, mas «o impacto na região e na economia atinge 10 mil postos de trabalho», salientou Artur Soutinho.
O outro parceiro do projecto é o grupo Auchan que tem a responsabilidade de desenvolver a parte dos escritórios actualmente em «fase adiantada de construção».
Citado do blog Olharevora
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